A história oral de Saddle Creek
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A história oral de Saddle Creek

Aug 22, 2023

Desde o boom das gravadoras independentes na década de 1980, centenas de novas gravadoras independentes surgiram de todos os cantos do mundo, cada uma tentando deixar a sua marca. A missão geralmente é a mesma: levar as pessoas à boa música, ajudar músicos iniciantes a se destacar e talvez ganhar algum dinheiro (embora empatar seja geralmente mais realista). Para alcançar esse tipo de realização criativa, é praticamente necessária uma equipe dedicada e disposta a sacrificar seu tempo e energia livres.

Há trinta anos, um grupo de amigos e colaboradores em Omaha, Nebraska, faria o que fosse necessário para partilhar a sua música e arte com o mundo - mesmo que esse mundo existisse inteiramente dentro dos limites da cidade de Omaha.

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Hoje em dia, Saddle Creek pode parecer um criador de estrelas no cenário musical independente, lançando bandas e artistas como Big Thief, Feeble Little Horses e Indigo De Souza, mas como acontece com a maioria das coisas, sua origem está no trabalho duro de um dedicado alguns.

Para comemorar o 30º aniversário da Saddle Creek, a Alternative Press conversou com alguns dos principais participantes, relembrando o início humilde da gravadora e como ela cresceu nas últimas três décadas.

História de origem: The Creek corre fundo

Nascido em Omaha em 1993, Saddle Creek centrou-se num grupo de amigos que procuravam levar a sua música ao mundo.

ROBB NANSEL (Presidente e Proprietário da Saddle Creek): A gravadora começou em Omaha mais como uma coisa conceitual. Era apenas um grupo de amigos nossos que eram todos fãs da música que rolava lá na época e queriam formar algo que tivesse pontos em comum, camaradagem, esse tipo de coisa.

ZACK NIPPER (designer gráfico/artista de Saddle Creek): Omaha era apenas uma pequena cidade onde todos nos conhecíamos. Eu era amigo de pessoas e me envolvi apenas por conhecer todos esses caras. Conheci Conor [Oberst] pela primeira vez quando ele tinha 12 anos ou algo assim.

NANSEL: Éramos apenas amigos do ensino médio tocando em bandas, então começamos a lançar fitas e 7” e outras coisas. Uma fita cassete solo de Conor Oberst foi a primeira coisa, seguida por uma banda chamada Slowdown Virginia, que era composta por muitos dos caras que formaram o Cursive. Mike Mogis e eu estávamos juntos nessa aula de empreendedorismo e foi aí que decidimos realmente tentar a gravadora e distribuir nacionalmente. Até aquele momento éramos mais uma gravadora de consignação, fazendo tudo localmente, e atendíamos pelo nome de Lumberjack Records. Quando começamos a distribuir nacionalmente, encontramos algumas pessoas que estavam confusas porque já havia um distribuidor Lumberjack por aí, então mudamos para Saddle Creek Records. Saddle Creek era uma estrada que cortava Omaha. Omaha é basicamente uma grade e todas as ruas são muito retas, mas Saddle Creek é a única rua que faz uma curva no centro da cidade.

PINÇA: No início, Saddle Creek estava apenas lançando coisas para divulgar. Ninguém estava ganhando dinheiro. Muito disso era uma proposta de equilíbrio. Quando conheci melhor o Conor, na época em que ele estava lançando Letting Off The Happiness, ele me pediu para fazer um desenho de serigrafia para a capa do disco. Não cobrei nada dele porque ninguém estava ganhando dinheiro.

NANSEL:Naquela época não tínhamos funcionários, então tudo recaía sobre as poucas pessoas que estavam lá, que na época éramos Mike e eu.

PINÇA:Quando eu estava fazendo coisas e trazendo-as para Robb, ele estava trabalhando em seu apartamento e fazendo praticamente todos os trabalhos para a gravadora.

NANSEL:Depois de me formar na faculdade, assumi um cargo de tempo integral fazendo trabalhos de design gráfico, então estava trabalhando desde o amanhecer nas coisas de Saddle Creek e depois trabalhando no segundo turno lá das 2 às 10. Tornou-se meio insustentável.